Na última sexta-feira, dia 24 de setembro, o Brasil teve seu pedido de se tornar um membro associado aprovado pelo conselho do CERN, o maior laboratório de física de partículas do mundo. Hoje, no CERN trabalham cerca de 12 mil cientistas de mais de 70 países, com 120 nacionalidades diferentes.
Para que o ingresso seja consumado, é preciso que a decisão seja ratificada pelo Senado Federal e promulgada pelo Presidente. No entanto, podemos destacar, entre os benefícios da participação na organização, grandes oportunidades para a indústria, já que empresas brasileiras poderão participar de editais, receber e ajudar a desenvolver tecnologias criadas no centro de pesquisas e ter a chance de participar de licitações. Inúmeras oportunidades se abrem para uma empresa que possui uma licitação do CERN. Há ainda a chance de desenvolver a tecnologia do país ao entrar nesse circuito de alta tecnologia, fazendo parcerias, vendendo equipamentos para outros países e ganhando mercado.
Sem contar nas oportunidades para a pesquisa nacional, essa adesão abrirá muitas portas para a formação de centenas de cientistas brasileiros. O CERN possui várias escolas para professores de física, para alunos graduandos e pós-graduandos, e essas escolas possuem acordos de oferecer uma cota de vagas destinada para os países membros. Em termos de física de partículas, nós teremos ainda mais oportunidades de liderar projetos científicos e de receber mais financiamentos.
Nós temos aproximadamente 130 pesquisadores brasileiros registrados no CERN, dos quais 10 são professores e 4 são alunos de pós-graduação no nosso LAPE (Laboratório de Física de Partículas Elementares), no IF-UFRJ. Agora, temos a oportunidade de expandir ainda mais nossa atuação nesse centro de pesquisas e de ter acesso a inúmeras oportunidades de colaboração industrial e tecnológica. Como disse o professor e coordenador do LAPE, Leandro de Paula: “Para mim é muito importante lembrar que o Brasil está entrando como membro agora, mas que os pesquisadores brasileiros já trabalham no CERN há muito tempo e trabalham muito. O Brasil ser membro é consequência de um trabalho de pesquisa muito reconhecido e valorizado.”
Texto escrito por Giovanna Rezende