A motivação para a criação do curso de Graduação em Física Médica da UFRJ foi a crescente demanda por Físicos Médicos gerada a partir do desenvolvimento de equipamentos hospitalares que usam radiação ionizante, seja para fins de diagnóstico ou terapia. Além da demanda crescente por profissionais qualificados habilitados na área de radioproteção em indústria, agricultura, análise de materiais etc., atividades estas regulamentadas pelas normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que é o órgão regulador no uso das fontes radioativas e outras fontes que trabalham com radiação ionizante; e pela ANVISA, no caso de Radiodiagnóstico.
Nesse universo, a posição do Rio de Janeiro é claramente privilegiada pois além da capacidade institucional da UFRJ com diversos Institutos e Programas de Pós-Graduação (Instituto de Física, Instituto de Ciências Biomédicas, Instituto de Biofísica, COPPE, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho) envolvidos de alguma maneira com Física Médica, nosso Estado conta também com alguns dos melhores institutos de pesquisa e prestação de serviços em áreas afins. Temos o IRD/CNEN (Instituto de Radioproteção e Dosimetria), órgão da CNEN, autoridade na área de radioproteção, dosimetria e metrologia das radiações ionizantes, o INCa (Instituto Nacional do Câncer), referência na área de radioterapia teleterapia e braquiterapia) e ainda o IEN/CNEN (Instituto de Engenharia Nuclear), onde se produz parte dos radiofármacos utilizados no país.
O Curso de Graduação em Física Médica tem como objetivo capacitar futuros profissionais para atuar na área de Física Aplicada à Medicina e Biologia em aplicações que utilizam radiações ionizante e não ionizantes. Além de outras atividades que envolvam utilização de radiações ionizantes, sendo o curso de graduação entendido como uma etapa inicial da formação do profissional, devendo ser necessariamente complementado por estágios de especialização, residência e/ou estudos de pós-graduação. Para atuação na área clínica, dependendo do interesse profissional, será necessário também obter credenciamento/capacitação específica junto às instituições hospitalares, CNEN ou Associação Brasileira de Física Médica (ABFM).
A estrutura curricular do curso é composta por disciplinas obrigatórias, complementares optativas (de escolha condicionada e de escolha restrita) e Requisitos Curriculares Suplementares (RCS). A flexibilidade no currículo foi implementada através da disponibilização de um grupo de disciplinas complementares de escolha condicionada onde o aluno pode, dependendo se pretende seguir carreira acadêmica ou clínica, escolher o conjunto de disciplinas a serem cursadas. A interdisciplinaridade é inerente ao próprio curso e é explícita nas disciplinas oferecidas.
A duração recomendada do curso é de quatro anos, sendo, no máximo, seis anos.