O fluxo de calor por condução ocorre via as colisões entre átomos e moléculas de uma substância e a subsequente transferência de energia cinética. Vamos considerar duas substâncias a diferentes temperaturas separadas por uma barreira que é removida subitamente, como mostra a figura abaixo.
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Materiais diferentes transferem calor por condução com diferentes velocidades. Esta é uma medida da condutividade térmica.
Condutividade térmica
Se envolvermos um objeto a uma temperatura T2 com uma camada de um material, de modo a isolá-lo do ambiente externo a uma temperatura T1, então a condutividade térmica do material isolante determina a rapidez com que o calor fluirá através dele.
DQ/Dt = - k A DT/Dx [6.1]DQ/Dt é a taxa com que o calor flui através da área A, em Joules por segundo, ou Watts. DT/Dx é a mudança de temperatura por unidade de distância Dx em graus Kelvin, ou Celsius, por metro. A condutividade térmica k é uma propriedade do material.
Suponha que coloquemos um material entre dois reservatórios a diferentes temperaturas, como mostra a figura abaixo.
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Logo, para uma dada diferença de temperatura entre os reservatórios, os materiais com condutividade térmica maior irão transferir maiores quantidades de calor por unidade de tempo - tais materias, como cobre, são bons condutores térmicos. Ao contrário, materiais com pequenas condutividades térmicas irão transferir pequenas quantidades de calor por unidade de tempo - estes materais , como concreto, são condutores térmicos pobres. Esta é a razão porque se você põe um pedaço de cobre e um pedaço de concreto no fogo, o cobre irá aquecer muito mais rapidamente do que o concreto. Também é a razão porque o isolamento de fibra de vidro, e com penas de aves ou couro, possuem buracos com ar dentro do material - o ar parado é um condutor pobre de calor, e com isso ajuda a diminuir a perda de calor através do material.
Os isolamentos de casas em países frios também são condutores de calor pobres, que mantêm o calor no interior. Ao contrário da condutividade térmica, o isolamento é usualmente descrito em termos de resistência térmica, Rt, que é definida por
Condutividades térmicas: (kcal/s)/ (oC m)
Alumínio | 4,9 ´ 10-2 |
Cobre | 9,2 ´ 10-2 |
Aço | 1,1 ´ 10-2 |
Ar | 5,7 ´ 10-6 |
Gelo | 4 ´ 10-4 |
Madeira | 2 ´ 10-5 |
Vidro | 2 ´ 10-4 |
Amianto | 2 ´ 10-5 |
Convecção
Este mecanismo não envolve transferência microscópica de calor, por átomos ou moléculas, como descrito acima. Convecção é o fluxo de calor devido a um movimento macroscópico, carregando partes da substância de uma região quente para uma região fria. Este mecanismo possui dois aspectos, um ligado ao princípio de Arquimedes e outro ligado à pressão.
Suponha que tenhamos uma região de ar que se aquece. À medida que o ar se aquece as moléculas de ar se espalham, fazendo com que esta região se torne menos densa que o ambiente em torno, o ar não aquecido. Sendo menos denso ele se elevará - este movimento de ar quente para uma região mais fria é chamada de transferência de calor por convecção.
Um bom exemplo de convecção é o aquecimento de uma panela de água. Quando a chama é ligada o calor é transferido primeiro por condução a partir do fundo da panela. Em um certo momento, a água começa a fazer bolhas - estas bolhas são de fato regiões locais de água quente subindo para a superfície, levando calor da parte quente para a parte mais fria no topo, por convecção. Ao mesmo tempo, a água mais fria, mais densa, do topo afundará, e será subsequentemente aquecida. Estas correntes de convecção são ilustradas na figura abaixo.
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Considere duas regiões separadas por uma barreira, uma a temperatura maior do que a outra, e suponha que a barreira seja removida em um certo instante. As correntes de convecção são ilustradas na figura abaixo.
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Quando a barreira é removida, o material na região de alta pressão (alta densidade) fluirá para a região de baixa pressão (baixa densidade). Se considerarmos que a regiào de baixa pressão é criada por uma fonte aquecedora, vemos que o movimento do material é equivalente à transferência de calor por convecção.
Um outro exemplo de correntes de convecção que pode ser interpretado dessa maneira, envolve a criação de brisa para a costa próxima a grandes quantidades de água (ex., o mar). A água possui um grande calor específico, e subsequentemente mantém mais o calor. Logo, durante o dia o ar sobre a água será mais frio do que sobre a terra. Isto cria região de baixa pressão sobre a terra, relativa à alta pressão sobre a água. Como consequência, uma brisa sopra da água para a terra. Por outro lado, durante a noite o ar sobre a água é um pouco mais quente do que sobre a terra, criando uma baixa pressão sobre a água relativa à alta pressão sobre a terra, e uma brisa sopra da terra para a água. Veja a ilustração abaixo.
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A terceira forma de transferência de calor é por radiação, que frequentemente chamamos de luz, visível ou não. Esta é a maneira, por exemplo, do sol transferir energia para a terra através do espaço vazio. Tal transferência não pode ocorrer por convecção ou condução, ambos os quais implicam em um movimento de material através do espaço de um lugar para outro.
Frequentemente, a energia de calor pode ser utilizada para fazer luz, tal como aquela proveniente de uma fogueira. A luz, sendo uma onda, carrega energia, e pode mover-se de um lugar para outro sem a necessiade de um meio material. Ela pode estar na forma de luz visível quando ela nos alcança e a vemos, mas também pode estar na forma de infravermelho de um comprimento de onda maior, que é observada somente com detetores especiais de infra-vermelho.
Leia um pouco mais sobre radiação em: A
temperatura do Universo